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ECONOMIA

Consumo brasileiro passará de R$ 8 trilhões em 2025 e MT deve registrar alta anual de 15%

Por Da Redação MTeconomico
Publicado em 16-06-2025 às 08:41hrs
A estimativa para Mato Grosso segue positiva. Na comparação anual, o potencial de consumo passa de R$ 133 milhões para R$ 153,5 milhões
Consumo brasileiro passará de R$ 8 trilhões em 2025 e MT deve registrar alta anual de 15%

As famílias brasileiras deverão gastar cerca de R$ 8,2 trilhões ao longo deste ano. Com base na atual estimativa de 2% do PIB, essa movimentação representará um aumento real de 3,01% em relação a 2024. A conclusão é do anuário IPC Maps 2025, especializado há mais de 30 anos no cálculo de índices de potencial de consumo nacional, de acordo com fontes oficiais.

A estimativa para Mato Grosso segue positiva. Na comparação anual, o potencial de consumo passa de R$ 133 milhões para R$ 153,5 milhões, cifras que se confirmadas irão resultar em um aumento de 15,4% sobre 2024.

Conforme o  IPC Maps 2025, Mato Grosso é o 15º estado do país em potencial de consumo e o terceiro do Centro-Oeste, atrás de Goiás e do Distrito Federal.

IPC Maps

Ainda em relação a Mato Grosso, dos R$ 153,5 milhões previstos, R$ 137 milhões virão do potencial de consumo urbano e R$ 16,42 milhões do potencial rural. Habitação, veículo próprio e alimentação em domicílio, serão os setores que mais irão demandar gastos da população mato-grossense: R$ 30,16 milhões, R$ 22,84 milhões e R$ 11,82 milhões, respectivamente.

Considerando as classes sociais, o maior potencial de consumo no estado, para 2025, vem da classe ‘B’, com estimativa de R$ 56,33 milhões e a classe ‘C’, com R$ 47,67 milhões.

IPC Maps

Em Mato Grosso o potencial de consumo neste ano deve se desenhar pelo seguinte ranking: Cuiabá, Várzea, Sinop, Rondonópolis e Sorriso. A Capital deve registrar R$ 31,17 milhões.

ANÁLISE – Em relação ao país, mesmo com a elevada taxa de juros e a alta da inflação, o cenário é de otimismo para o consumo, com níveis porcentuais bem acima aos da economia. Segundo Marcos Pazzini, sócio da IPC Marketing Editora e responsável pela pesquisa, a “melhoria dos níveis de emprego com carteira assinada proporcionou uma garantia de renda ao trabalhador, refletindo diretamente na escalada dos valores de consumo.”

A oferta maior de vagas de emprego formal também influenciou a atual configuração do perfil empresarial do País. Se nos anos anteriores houve um grande aumento na quantidade de empresas abertas, sobretudo de Microempreendedores Individuais (MEIs), em 2025 o crescimento de 4,2% em relação a 2024 foi puxado principalmente pelas Microempresas (MEs) em detrimento das MEIs, cuja quantidade basicamente se manteve.  

Nesse sentido, o estudo repete a modesta baixa (de 27,80% para 27,72%) na participação das 27 capitais no mercado consumidor. Em queda, também, estão as regiões metropolitanas, que passam a responder por 44,63%, enquanto o interior aumenta sua presença para 55,37% no cenário nacional. Por outro lado, do ano passado para cá, a quantidade de empresas subiu 3,8% nas cidades interioranas e 4,6% nas capitais e regiões metropolitanas, contra 4,2% da média nacional. Tal fenômeno pode ser explicado pela então escalada do home office, que acabou atraindo muitos profissionais e MEIs para o interior em busca de melhor qualidade de vida a menores custos. “Agora, essa ascensão de empregos com carteira assinada vem impactando diretamente a região que, por isso, apresenta um crescimento menor na quantidade de empresas este ano”, justifica Pazzini. Na vantagem, as regiões metropolitanas garantem um incremento superior à média nacional, beneficiadas pela abertura de novas MEs, Sociedades Limitadas (Ltdas), Pequenos Portes (EPPs), entre outras empresas.

Outro destaque é a ligeira, mas esperada, queda da região Sul na participação do consumo brasileiro. “Enquanto a média nacional da evolução nominal desse potencial é de 11,4%, no Sul esse número caiu para 11,2%. Apenas as classes A e B1 cresceram acima dessa média”, afirma o pesquisador, ao remeter às enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul em abril do ano passado. Em contrapartida, o Nordeste agora na 2ª posição dentre as cinco regiões em 2025, deverá ter um crescimento significativo. “A prevalecer o atual cenário de real desvalorizado, a região vai continuar atraindo turistas estrangeiros, o que será muito positivo para a economia nordestina”, considera Pazzini.

Por fim, esta edição da Pesquisa IPC Maps reafirma que, na hora de gastar sua renda, os brasileiros se preocupam com os veículos próprios, priorizando novamente a categoria a ponto de superar as despesas com alimentação e bebidas no domicílio.

PERFIL BÁSICO – Somos em cerca de 213,4 milhões de cidadãos, sendo 186,8 milhões morando na área urbana e respondendo pelo consumo per capita de R$ 40,4 mil, ante R$ 22,6 mil gastos pela população rural. Tais números levam em conta a divulgação do Censo de 2022 e as estimativas populacionais do IBGE para o Brasil e UFs atualizadas no segundo semestre de 2024.

BASE CONSUMIDORA — Sempre liderando o panorama econômico, a classe B2 representa cerca de R$ 1,8 trilhão dos gastos e, junto à B1, estão presentes em 22,1% dos domicílios, assumindo 40% (mais de R$ 3 trilhões) de tudo o que será desembolsado pelas famílias brasileiras. Na sequência, abrangendo quase metade das residências (47,5%), estão C1 e C2 que deverão gastar pouco menos de R$ 2,6 trilhões (34,4%). Já o grupo D/E, que ocupa 27,7% das moradias, consumirá cerca de R$ 737,9 bilhões (9,8%) até o final do ano. Embora em menor quantidade (apenas 2,7% das famílias), a classe A vem, cada vez mais, se distanciando socialmente dos menos favorecidos e ampliando sua movimentação para quase R$ 1,2 trilhões (15,9%).

Já na área rural, a expectativa é que o potencial de consumo chegue a R$ 602,1 bilhões (7,4% do total) ao longo de 2025.

CENÁRIO REGIONAL – No ranking das regiões, o Sudeste segue no topo, respondendo por 48,1% do consumo nacional. Como já mencionado, a região Sul, com 18,5% de representatividade, perde o segundo lugar para o Nordeste, que aumenta sua fatia para 18,6%. Na quarta posição vem o Centro-Oeste, com 8,8% e, então, a Região Norte, cuja participação é inferior a 6%.

MERCADOS POTENCIAIS – O levantamento analisa, também, o desempenho dos 50 maiores mercados — formados por 21 capitais, 16 municípios do interior e 13 regiões metropolitanas. Juntos, eles movimentarão R$ 3,103 trilhões, ou 38% de tudo o que será consumido em território nacional.

Do ano passado para cá, os principais mercados vêm mantendo suas posições, sendo, em ordem decrescente: São Paulo/SP, Rio de Janeiro/RJ, Brasília/DF, Belo Horizonte/MG, Curitiba/PR, Salvador/BA e Fortaleza/CE, entre outros. Cidades metropolitanas ou interioranas, como Campinas (11º), Guarulhos (13º), São Bernardo do Campo (16º), Santo André (17º), Ribeirão Preto (20º), Sorocaba (21º) e São

José dos Campos (23º), no Estado de São Paulo; Uberlândia (22º), em Minas Gerais; Joinville (24º), em Santa Catarina; e São Gonçalo (25º), no Rio de Janeiro, também se sobressaem nessa lista.

PERFIL EMPRESARIAL – Entre abril de 2024 a abril de 2025, a quantidade de empresas no Brasil cresceu 4,2%, totalizando um pouco menos de 25 milhões de unidades instaladas. Apesar da baixa, os Microempreendedores Individuais (MEIs) ainda são maioria, representando quase 59% (14,7 milhões) das empresas, sendo responsáveis pela criação de 6,3 mil novos CNPJs no período.

Dentre as companhias ativas, 14,2 milhões referem-se a atividades relacionadas a Serviços; seguida pelos segmentos de Comércio, com 5,4 milhões; Indústrias, 3,8 milhões; e Agribusiness, abrangendo mais de 864 mil estabelecimentos.

GEOGRAFIA DA ECONOMIA – Tradicionalmente a Região Sudeste também lidera na distribuição de empresas no âmbito nacional, concentrando 51,6% das corporações. Na sequência, estão o Sul, com 18,9%, Nordeste com 16,1% dos negócios, Centro-Oeste com 8,7% e o Norte com apenas 4,6% das organizações existentes no País.  

Partindo para a análise quantitativa para cada mil habitantes, o IPC Maps aponta para a vantagem das Regiões Sul e Sudeste com, respectivamente, 150,75 e 145,16 empresas por mil habitantes, além da Centro-Oeste, com 126,36. Já, em queda e bem abaixo da média, estão as regiões Nordeste, com 70,32, e Norte, com apenas 61,71 empresas/mil habitantes.

HÁBITOS DE CONSUMO – Como antecipado, as preferências dos consumidores na hora de gastar seu dinheiro continuam sendo para a categoria de veículo próprio, cujas despesas devem somar R$ 885,9 bilhões, comprometendo 11,7% do orçamento familiar. Tal comportamento tem se repetido nos últimos cinco anos, chegando a superar, inclusive, segmentos como alimentação e bebidas no domicílio, que representam R$ 780,5 bilhões ou 10,3% do consumo domiciliar.

Ainda assim, os itens básicos são prioridade, com grande margem sobre os demais, conforme a seguir: 25,2% dos desembolsos destinam-se à habitação (incluindo aluguéis, impostos, luz, água e gás); 18,7% outras despesas (serviços em geral, reformas, seguros etc.); 6,7% são medicamentos e saúde; 4,6% alimentação e bebidas fora de casa; 3,8% materiais de construção; 3,5% educação; 3,4% vestuário e calçados; 3,4% recreação, cultura e viagens; 3,2% higiene pessoal; 3% móveis e artigos do lar e eletroeletrônicos; 1,4% transportes urbanos; 0,5% para artigos de limpeza; 0,4% fumo; e finalmente, 0,2% refere-se a joias, bijuterias e armarinhos.   

FAIXAS ETÁRIAS – Em crescimento, a população idosa deve chegar a 35,4 milhões em 2025. Já, a faixa etária economicamente ativa, de 18 a 59 anos, está bem próximo dos 128 milhões, representando 59,8% do total de brasileiros, em sua maioria, mulheres. Enquanto isso, jovens e adolescentes entre 10 e 17 anos somam apenas 23,4 milhões, perdendo para as crianças de até 9 anos, que totalizam 27 milhões.

 

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